Desconectados de nós mesmos
- vanessacharnoski
- 1 de jun. de 2023
- 1 min de leitura

O quanto estamos conectados realmente com o outro? Quão dispostos estamos para escutar, acolher, abraçar e estar simplesmente junto sem pedir nada em troca?
As pessoas se conectam tecnologicamente, mas estão cada vez mais desconectadas das experiências. As conversas muitas vezes não acontecem de maneira acolhedora, por estarem cada vez mais aceleradas, superficiais e com isso acabam no esquecimento, quantas vezes já ouvi alguém dizer: “não lembro nem o que comi ontem” — alguém mais se identifica?
A experiência do sentir acaba ficando cada vez mais empobrecida. O modo automático acaba criando forma e não nos damos conta da nossa própria respiração e nem da nossa existência, então ficamos como flores de plástico, estáticas, sem cheiro e brilho.
Claro, não podemos generalizar! Há pessoas que se conectam, que experienciam cada detalhe, são gentis e generosas, mas elas, por sua vez, estão cada vez mais raras e é gostoso quando encontramos uma delas, nos faz sentir vivos.
Não é fácil nadar contra a maré, mas é preciso. É preciso encontrar espaço para o devagar, para contemplação, o sentir, o descanso, o saborear, dar cor e forma para a nossa existência, para nos sentirmos inteiros. Estando inteiros, podemos estabelecer vínculos, conversar de verdade, olhar nos olhos com ternura e acolhimento, para que, tais experiências nos proporcionem crescimento e suporte necessário para os desafios da vida.
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