Sobre a busca pela perfeição
- vanessacharnoski
- 22 de out.
- 2 min de leitura

A lista de requisitos para a "vida ideal" parece ser infinita, uma exigência silenciosa da nossa sociedade. Ela inclui: a casa perfeita, a pessoa perfeita, o filho perfeito, o carro perfeito, a melhor nota, o corpo perfeito, a família perfeita, o emprego perfeito, a saúde perfeita, etc. e tal.
Podemos perceber essa busca pelo perfeito nas redes sociais, por meio de profissionais e influenciadores que vendem a tal “perfeição”. As pessoas que são atravessadas por este mercado não medem esforços para ter a vida que tanto desejam. No entanto, essa busca tem aumentado cada vez mais o número de pessoas com transtorno de ansiedade, o que nos mostra que a procura pelo que é perfeito pode não ser tão perfeita assim.
A vida tem a sua complexidade; ela não é uma linha reta com a garantia de uma vida feliz e sem problemas. A vida é imperfeita e, por conta da sua imperfeição, ela não está nem aí para os nossos desejos de querermos controlá-la, de colocá-la numa caixinha como se fosse uma maquete de plástico, tudo encaixado na perfeita ordem, porém artificial.
A perfeição congela nosso modo de ser e estar no mundo. Deixamos de ser o que somos, nos plastificando, transformando-nos em coisas e não em seres reais. Pense só: ao tentar fazer a vida “perfeita”, ela perde a sua espontaneidade, deixa de ser livre e fica plástica, forçando-se para manter as aparências.
A vida é imperfeita, tem barulhos, silêncio, escuridão, claridade, tempestade, calmaria, sol, chuva, plantas, erros e acertos. Se a gente tenta modificá-la, encaixando-a num padrão, ela sufoca.
A vida é livre por ser imperfeita. E, à medida que vamos aceitando as nossas imperfeições, podemos nos libertar e fluir, aceitando o que é e não o que gostaríamos que fosse.





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