Excessos
- vanessacharnoski
- 21 de mar. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de abr. de 2024

Recentemente, resolvi cuidar das minhas plantas. Retirei algumas folhas secas e realizei podas, pois tive a impressão de que elas estavam se sentindo sufocadas pelos emaranhados de galhos e folhas secas. Comecei pelo lírio da paz, removendo suas folhas amareladas e alguns galhos. Em seguida, cuidei da minha samambaia, removendo as folhas mais queimadas. Por fim, trabalhei na jiboia.
Com o suor no rosto e ouvindo uma boa música, conversava com as plantas e pedia licença para cada poda realizada.
Ao terminar, notei um ar de leveza e suavidade nas plantas, como se estivessem agradecidas pelo espaço livre para que novas folhas e flores pudessem surgir.
Depois disso, refleti a respeito dos nossos próprios excessos que carregamos, sem deixar espaço para o novo emergir. Carregamos o peso das expectativas dos outros como se fossem obrigações nossas. Guardamos ressentimentos e mágoas do passado como se fossem folhas secas que nos impedem de seguir em frente. Acumulamos bens materiais que não nos trazem felicidade como se fossem símbolos de status.
Infelizmente, estamos constantemente sendo estimulados por informações nas redes sociais e televisão, o que não nos deixa espaço para o ócio e o tédio, que são necessários para a nossa criatividade. Engolimos tudo sem digerir, não tendo tempo para refletir sobre o que faz sentido ou não. Como consequência, regurgitamos conteúdos vazios e superficiais que se refletem em nossas relações.
É preciso parar e perceber quais são os nossos excessos e descartar o que não nos pertence mais para que algo novo possa florescer. É preciso deixar espaço, ter ar para respirar, abrir a janela e ver o nascer do sol.
Não é um caminho fácil, mas pode ser possível se você tirar um tempo para podar os galhos que estão te sufocando.
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