Vergonha de lugar "chique"
- vanessacharnoski
- 7 de fev. de 2023
- 1 min de leitura
Vergonha de lugar "chique"
Quantas vezes escuto pessoas dizendo que não frequentam determinado lugar, por considerá-lo "elegante demais" e sentem vergonha por não saber como "agir e se comportar". Claro, que podemos escolher lugares quais nós nos sentimos confortáveis, mas nem sempre conseguimos escolher devido às demandas da vida: reuniões de trabalho, eventos, divulgação do próprio serviço e entre outros.
Para Gary M. Yontef, pensador atual da abordagem gestáltica, diz o seguinte: "As pessoas inclinadas à vergonha acumulam críticas e insultos pessoais e odiosos contra si mesmas. As palavras que frequentemente se referem a esse processo de vergonha são: sem direito a, fraco, humilhado, incompetente, inadequado, tolo, estúpido, desajeitado, exposto, nu, insuficiente, e assim por diante" .
Devido a tais criticas muitas vezes as pessoas tendem a se esconder e evitam entrar em contato em espaços considerados "ameaçadores", porém o conforto de se esconder passa a ser desconfortável e muitas vezes as oportunidades escorregam como sabonete pelas mãos.
E como lidar com isso que parece tão difícil de enfrentar? O processo de autoconhecimento construindo dentro do espeço terapêutico possibilita encontrar novos recursos de enfrentamento e lidar com muito mais leveza.
O processo não é escancarado e sim gradual, respeitando os limites e permitindo que a pessoa perceba suas potencialidades e dando um passo de cada vez.
Tem muitos lugares que tenho vontade de ir, mas sinto vergonha por não me sentir "adequada". Como não saber me portar por ser pobre e nunca ter estado em um lugar X, ser desastrada, me sentir menos/pior que os outros, que as pessoas vão me olhar e me achar patética e pensar que eu não deveria estar ali, que eu não mereço estar ali. Restaurantes, cafés e tantos outros lugares evitei de ir sozinha por todos esses motivos citados e muitos outros mais. O pior que não tenho amizades para "passarem vergonha comigo" rs, essas pessoas também compartilham desses mesmos sentimentos. Há mundos que parecem que devemos olhar somente pelas vitrines do outro lado da calçada...